terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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"Meu gato e minha gata..." , é assim que eu os chamo quando chego. Ela não para quieta. Ele conta histórias cheias de curiosidades, pega da gaveta um dicionário gigante. Um dia desses saiu de lá um livro, de capa verde, o vocabulário tupi-guarani. São muitas as vezes em que entro na sala e me deparo com uma cena tão, tão... tranquila, essa é a melhor descrição. Os dois sentados, um em cada cabeceira da mesa quadrada de vidro, jogando o viciante jogo de baralho, a luz da tarde sempre entra radiante iluminando aquelas mãos em que o tempo deslizou e deixou algumas marquinhas. Os dois com os óculos escorregantes , praticamente chegando na pontinha arrebitada das narinas. Sempre sento e fico parada, olhando para aquela cena, tentando gravá-la em cada detalhe. Com sorrisos proeminentemente suaves, escorregam histórias dos tempos de baile, onde ele era apenas mais um e ela a mais bonita da festa... Dá para notar o orgulho que ele tem de ter conquistado a mais interessante de todas a outras que havia. Cenas de ciúmes de vez em quando dão o ar da graça, quando vêm à tona algumas lembranças de trinta anos atrás, chega a ser engraçado...Os cinquenta e quatro anos de casamento somem em um instante. De repente surgem dois jovens discutindo, um em cada cabeceira, ela com os cabelos negros e ele com uma magreza juvenil, consigo enxergá-los assim... realmente voltam no tempo. Sempre um dos dois cessa com um "tá,tá bom...", deixando clara a discordância ao concordar. Voltam ao jogo. Sempre me convidam , mas eu prefiro ficar de fora, observando. Sempre vem um cheirinho de café ou alguma outra proeza que ela inventa. Ele come tudo. Dessa vez eu, também , não escapo. Tem horas que rola um som muito doido, uma bossa nova. Os dois dançam, às vezes ele ou ela me pegam para dançar também, essas horas costumam ser beeem engraçadas. Outras horas ela está dando um jeitinho nas unhas ou então fazendo fuxico com tecidos coloridamente alegres, enquanto ele tenta domar um estranho bicho que fica na sala de tv, um tal de notebook, fica hooras vendo na internet a localização por satélite da cidadezinha de onde vieram, bairros, fotos, cada uma acompanhada de um punhado de histórias. No final dessas tardes, respiro bem fundo, para guardar, também , o cheiro comigo. Saio de lá cada dia mais convencida de que me pareço muito, muito com eles, minha ponte com o passado, minha fonte de energia, meu alerta nostálgico de um tempo em que eu nem existia... meus gatos, meus amores, meus avós...

by cereja

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem o perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso da loucura. Mas não facilite com a palavra amor. Não a jogue no espaço, bolha de sabão. Não se inebrie com seu engalanado som. Não a empregue sem razão acima de qualquer razão (e é raro). Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra. Não a pronuncie. e assim eu queria meu último poema. Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais. que fosse ardente como um soluço sem lágrimas. Que tivesse a beleza das flores sem perfume e a paixão dos suicidas que se matam sem explicação. Qualquer amor já é um pouquinho de saudade -antes mesmo de ser. Um descanso na loucura.

e eu, atrevida que sou, boto a mão - e tudo mais - nos poemas e nos poetas
(Drummond, Bandeira e Guimarães Rosa).
eis que um não basta para tanto.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010






Só ele conheceu uma mulher corajosa que admitiu todos os medos, todas as neuroses, todas as inseguranças, toda a parte feia e real que todo mundo quer esconder com chapinhas, peitos falsos, bundas falsas, bebidas, poses, frases de efeito, saltos altos, maquiagem e risadas altas. Ninguém nunca me viu tão nua e transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de nadar em lugares muito profundos, de amar demais, de se perder um pouco detanto amar, de não ser boa o suficiente.
Só ele viu minha alma de verdade, meu prazer de verdade, meu choro baixinho embaixo da coberta com medo de não ser bonita e inteligente.
Só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso.

Resolvi me casar

Está na hora de pedir o divórcio. O divórcio das coisas inúteis na vida. Das inseguranças que não nos levam a lugar algum. O máximo que pode acontecer com relação a qualquer coisa em nossas vidas é de não dar certo, mas e daí? Recomeçar sempre. Esse é o segredo. Deixar o velho para ontem. Trocar a insegurança pela crença de que algo muito bom está por vir. Às vezes somos fracos demais, normal, todo o mundo tem momentos difíceis. Momentos solitários... São muito importantes para a reorganização de ideias e para a fundamental introspecção, todo o mundo tem, também. Todo o mundo, em algum momento, acha que já desperdiçou um tempo precioso em algo que não valia à pena. Normal. A saída é pedir o divórcio desses momentos e correr atrás, não do tempo perdido, mas do tempo que ainda se pode ganhar. Correr atrás do lucro e não do prejuízo. Fazer as pazes com a auto-confiança e auto-estima. Preparar-se para o seu próprio casamento com sigo mesmo e contar com o otimismo para ser o padrinho.
Hoje, me vesti de noiva, saí de dentro de um lugar insalubre, criado nos péssimos dias dentro de mim, corri... Corri com toda a certeza atrás de mim e do melhor que eu possa ser. Senti o ar entrando em meus pulmões. Olhei para o céu que estava meio cinzento, como estava lindo... No meio do caminho, olhei para trás e vi muitas e muitas noivas, como eu, correndo em direção de si mesmas, buscando forças, melhores momentos, não uma vida perfeita... que graça teria? Mas a perfeição do perceber-se responsável por si mesma. Todas, todas corriam com muita fé, em quê? Não sei. Cada um acredita no que quer. O importante é acreditar. Os buquês eram jogados para trás, com a finalidade de serem pegos por futuras noivas. Acabei de jogar o meu... Peega!!!


by cereja

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


"Verdade seja dita. Eu não sou como você esperava. Eu não sou escrava. Eu não tenho um par de peitos de 300ml de silicone em cada um. Não tenho uma bunda de 102cm de diâmetro como a da Juliana Paes. Eu sou muito mais do que você espera. Muito mais do que você agüentaria. E muito mais do que você merece.
Porque eu sou fiel aos meus sentimentos. Vou estar com você quando eu realmente quiser estar. Vou te ligar quando eu quiser falar com você. Porque eu não passo vontade. E nem vou passar vontade de você. Não vou fazer joguinho. Eu me entrego mesmo. Assim. Na lata. Eu abro meu coração. Rasgo o verbo. Me dou em prosa. E se te disser que não te quero, meu olhar vai me desmentir na tua frente. Porque eu falo antes de pensar. Eu falo até sem sequer pensar. Eu penso falando. E se estou com você, aí, não penso duas vezes. Não penso em nada. Não quero mais nada.
Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo. Você não vai me ver mentir. Desista. Mentiria sobre a cor do meu cabelo. Sobre minha altura. Até sobre meus planos para o futuro. Mas não vou mentir sobre o que eu sinto. Nem sob tortura. Posso mentir sobre minha noite anterior. Sobre minha viagem inesquecível. Mas não agüentaria mentir sobre você por um segundo. Não na sua cara. Mentiria pras minhas amigas sobre a sua beleza. Diria que tem corpo de atleta e um quê de Don Juan (mesmo sabendo que elas iriam descobrir a farsa depois). Mas não me faça mentir e dizer que não te quero. Que eu não estou na sua. Não me obrigue a jogar. Não me obrigue a dizer “não” quando eu quiser dizer “sim”. Não me faça tirar você da minha vida porque meu coração ainda acelera quando você me liga.
Insisto. Não perca seu tempo comigo. Porque eu não quero entrar no seu carro se não puder entrar na sua vida. Não me conte seu passado se eu não puder viver seu presente. Não faça planos comigo se não me incluir no seu futuro. Não me apresente seus amigos se, amanhã, vou virar só mais uma. Me poupe do trabalho de adivinhar seus pensamentos. Diga que me quer apenas quando for verdade. Diga que está com saudade apenas se sentir minha falta do seu lado. Peça minha companhia quando não desejar só meu corpo. Me ligue quando tiver algo pra dizer. Mas, por favor, me desligue quando não estiver mais afim de mim."

domingo, 17 de janeiro de 2010

Se eu fosse um Homem...


Se eu fosse um homem, eu com certeza não deixaria de demonstrar meu amor um só dia à minha namorada. Não mandaria flores sem saber se ela realmente gosta de flores, nem todas as mulheres são iguais. Não trairia para uma ridícula auto-afirmação viril. Não grudaria no pé, mas também ficaria atento e preocupado em demonstrar meu interesse. Assumiria logo a relação se estivesse gostando de uma mulher, relacionamentos não devem ser mantidos em segredo. A trataria não como se fosse a última mulher no universo, mas como se fosse a única de meu interesse. Não a deixaria fazer o que quisesse comigo, ninguém pode fazer isso com ninguém. Diria "eu te amo", somente quando fosse verdade e não desperdiçaria essas três palavras caso meu coração não concordasse com elas. Respeitaria. Me entregaria. Zelaria pela intimidade dela. Caso não desse certo, respeitaria as circunstâncias, reconheceria a importância de que teve em minha vida e a carregaria para sempre em minhas lembranças com as melhores recordações. Esse homem existe? Deveria existir...

by cereja

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Para quê usar tanta educação para destilar terceiras intenções?

Você nunca se perguntou se era uma pessoa boa ou ruim? Essa tem sido a pergunta que mais tenho me feito nos últimos tempos. Todo mundo é todo tempo bom? O que move um sentimento bom e, se por trás de uma atitude boa, onde pode existir uma intenção obscura, o que torna a atitude ruim? Eu acredito que não me pergunto em vão. As pessoas agem, na maioria, como pessoas boas e eu penso que ninguém quer machucar ou ferir o outro intencionalmente. Infelizmente, isso acaba acontecendo, mais porque cada um tem que se preocupar primeiro em prestar contas com o “eu”, para depois prestar contas com o próximo. Não adianta. Somos movidos pelo egoísmo. Eu achava que a mãe do todos os pecados era a vaidade. Ser vaidoso não é nada além de querer ser o melhor. Vamos falar sério: se você se esforça para uma coisa acontecer, se esforça muito e, na última hora, você tem que decidir entre o seu objetivo e o bem do vizinho, quem volta atrás? Com exceção de pais e mães e alguma “Madre Tereza de Calcutá” que conheço perdida no mundo, mais ninguém. E, mesmo nesse ultimo caso, acredito que a pessoa o faz para “se” sentir bem. Te faz bem ver o outro bem? Egoísmo puro. Não que ache isso errado. Pelo contrario. Acho que todo mundo tem que se colocar em primeiro lugar, mesmo. Pensar em si mesmo dá movimento para as coisas. Você não trabalha só porque quer dar o sangue pela empresa. Você trabalha porque quer melhorar de vida, estuda e faz por isso. A vitória não é mais que merecida? Viu, como você só pensa em você mesmo? Como dizia aquela personagem do filme Carandirú, todo mundo na cadeia é inocente. No fundo, todas as intenções são boas. Mas temos pudores demais para encarar o fato de nunca fazermos nada pelo outro. Isso é errado? Talvez seja apenas humano.

Deixe que digam!


Como pode alguém não gostar da gente sem mesmo nos conhecer? O fato é: qual seria o motivo, geeente? Uma coisa é certa, não pode-se fazer nada a respeito. A melhor saída é não corresponder às expectativas de se importar com maus comentários. Passar por cima de tudo. Ser educada e principalmente tratar bem essa pessoa que se importa tanto com você a ponto de não deixar o seu nome em paz. Sempre haverão pessoas que não simpatizam muito com a gente, sem motivo nenhum, isso sempre acontece. Maaas fazer o quê? O simples fato de alguém verbalizar que não gosta de você ou o melhor de tudo que você não representa nada a essa pessoa, demonstra de forma clara de que você faaaz siim sentido na vida dela e que ela te percebe de maneira extremamente especial, olha que meeeigo!!!! Ou seja, enquanto você cuida da sua vida, ocupada com outras coisas, tipo beeem mais importantes, como limpar a sua bunda... Tem uma pessoa que se preocupa em citar o seu nome espontaneamente de modo negativo! Sinta-se premiadaaa, hein!!! Tem gente que passa a vida toda sem ser percebida... Mas, você sem querer é alvo de conversas alheias e seu nome aparece em respostas de perguntas capciosas. Seja dooce. Certos comentários são até divertidos de se ouvir!!! Bom, foi pensando nessas pessoas que dedicam tanto tempo expressando o quanto somos significativas na vida delas que faço essa singela homenagem! São essas pessoas com sentimentos tão especiais com relação a você que a fazem brilhar, cada vez mais no decorrer das suas conquistas ao longo da vida. Deixe que digam, que pensem e principalmente que falem, deixa tudo isso pra lá, porque o que outras pessoas pensam sobre você, realmente não é da sua conta. (:
by cereja

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O que não deveria haver.

Porra. Quando eu penso que não vou gostar de você, quando eu te acho um escroto, uma pessoa feia e nada daquilo que eu sempre quis e precisei, eu gosto de você. Começo a gostar. Não chega a ser aquele gostar que eu sentia por outras pessoas. E até sinto um alivio nisso. Eu sei essas poucas coisas perdidas que você me conta enquanto eu te vejo assistindo tv. Você assisti tv tão bonito, você dorme bonito. Você tem um jeito bonito de sorrir e de ir embora. E tem um jeito simpático de me fazer rir com qualquer coisa que você diga. Te vejo de vez em nunca. Nem se quer ouço sua voz todos os dias. Mas eu sei como gostar disso. E nem sempre foi assim. Antes te achava um completo estranho habitando minha vida. Agora não mais. Agora te acho intimo de todas as coisas que eu tenho, intimo da minha vida, da minha intimidade. E eu nem queria isso. Nem queria criar esse vinculo estranho entre a gente. Você deveria ser apenas mais um na minha vida, apenas um conhecido que resolveu passar algum tempo comigo - um tempo bom mas apenas um tempo. Na verdade, eu é que não estava preparada pra te manter longe. Você tem um jeito bonito de ser comigo, é difícil não gostar. Você tem um jeito engraçado de dizer que meu cheiro ficou em você, um jeito bonito de ser... você. Porra. Eu não deveria gostar de você, não deveria lembrar de você pelas músicas e pelas pessoas. Mas olha cara, não tem mais como te tirar dessa, desse buraco fundo que costuma ser minha vida. O jeito é você ficar por aqui, te guardei um espaço bonito, que nem o espaço que eu encontrei no seu abraço gostoso e no modo engraçado de misturar seu nome com Ar. Melhoramigoar.