quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que é amizade pra você?

Passamos anos de nossas vidas levando tombos para encontrar a fórmula de uma amizade verdadeira e o máximo que encontramos é a fórmula para fugir das amizades que não são tão amigas. E até isso é falho, por vezes.


É muito difícil identificarmos quem está conosco por amizade ou por interesse. E o interesse vai além da conta bancária; passa pela influência, arte ou dom, beleza ou até mesmo se você é aquele nerd que pode passar a cola da prova mais difícil.


Essa é a vida real. Estamos cercados de cobras. E às vezes nos tornamos cobras sem que percebamos. A inocência fica perdida no berço. A pureza se esvai por entre as mãos da ganância. Sempre queremos mais. Esquecemos da essência. Somos egoístas e, por isso, atraímos pessoas assim.


Amizade pura e verdadeira talvez tenha sido daquele coleguinha de pré-escola, que se abaixou pra pegar o seu lápis de cor, sem se importar se você era o nerd mais assustador do colégio. Ele apenas queria ajudar, ser seu amigo. Não queria saber se você tinha o melhor sobrenome; apenas sabia que os seus olhos queriam sorrir com ele.


Aos poucos vamos entendendo que os culpados de atrairmos pessoas más somos, em grande parte, nós mesmos. Nós que deixamos no passado a pureza e a inocência de uma amizade. Somos esnobes, egoístas... Nada mais previsível que atrairmos pessoas assim.


Quando levamos nossos tombos, olhamos pro lado e quem nos dá a mão não é o cara mais lindo da cidade ou aquela menina linda que você sempre sonhou, mas uma pessoa que sempre esteve ali calada ou, então, o mendigo da rua que você sempre fez questão de ignorar.


O segredo de uma boa amizade parte de nós mesmos. Se olharmos com os olhos do coração, saberemos quem nos quer bem. Pois se as aparências conseguem enganar, a essência sempre nos mostrará o caminho certo.
Andreza Fillizola.

sábado, 11 de setembro de 2010

Eu nunca vou entender.

Mais um domingo que você me liga. Igual faz a uns quatro ou cinco anos. Você beija a sua mãe depois do churrasco, dá um oi carinhoso e finalmente pensa sem culpa na sua ex, cheira sua camiseta pra ver se a coisa tá muito feia e descobre que sua vida está prestes a ficar vazia: chegou a hora de me ligar.
Você não sabe ao certo o que vê em mim, mas também não sabe ao certo o que não vê. Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão prefere a gostosa garantida, aquela que ainda ri das suas piadas. Mesmo sendo as mesmas piadas há quatro ou cinco anos.
Aí você me liga, com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer ir no cinema com uma velha amiga. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso, como de fato já tive milhares de vezes. Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto do mundo.
Aí a gente, sem saber ao certo o que está fazendo ali, mas sem lugar melhor para estar, acaba pulando o cinema que nunca existiu e indo direto ao assunto. O mesmo assunto de quatro ou cinco anos que, assim como as suas piadas, nunca cansam ou enjoam.
E aí acontece um fenômeno muito estranho comigo. Mesmo quando não é bom, mesmo quando cansado e egoísta você não espera por mim e vira pro lado pra dormir ou pra voltar à sua bolha egocêntrica de tudo o que é seu, eu sempre me apaixono por você. Todas as vezes que te vi, nesses últimos quatro ou cinco anos, eu sempre me apaixonei por você. Eu sempre estive pronta pra começar algo, pra tomar um café de verdade, pra passear de mãos dadas no claro, pra poder te apresentar ao sol sem receber mensagens de gente louca ou olhares curiosos, pra escutar uma piada nova. E você sempre ignorou esse fato, seguindo seu caminho que sempre é interrompido pelo vazio da sua camiseta fedendo a churrasco. Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.
Eu só sei que agora eu vou tomar um banho, vou esfregar a bucha o mais forte possível na minha pele e vou me dizer pela milésima vez que essa foi a última vez que vou ficar sem entender nada. Mas aí, daqui uns dias, igual faz há uns cinco ou seis anos, você vai me ligar. Querendo pegar aquele cineminha, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.
Tati.

segunda-feira, 26 de julho de 2010


Passei um tempo de cabeça vazia. Dediquei algumas horas dos meus dias em branco para lembrar do que fiz. Ri muito, me arrependi muito, depois tive a certeza de que não deveria me arrepender. Faz pouco tempo que eu deixei me levar. Deixei um pouco de pensar no que eu deveria fazer ou em como deveria agir e me dei um tempo de dietas bobas, trabalhos gigantes e parece - me que a insônia me deu uma cordial trégua. Deixei-me fluir. Nos momentos em que me deixei fluir, usufruí de um enorme gozo sem a trabalhosa tarefa de tudo passar pela minha rígida censura. Fiquei de pijama o dia inteiro, dei férias ao meu rosto de uma pesada maquiagem antes de sair à noite, fui à padaria sem pentear o cabelo. Comecei um livro. Só comecei.Me embebedei em dia de semana. Dancei, dancei, dancei. Cantei de olhos fechados... me permiti estar sozinha em um bar cantando aos gritos enquanto os outros me olhavam. Paguei minha conta. Saí sem me despedir. Qualquer coisa a culpa não tinha sido minha. Almocei às duas. Jantei das três da tarde às dez da noite, chocolate, pizza e refrigerante. Ri incessantemente de uma comédia idiota na televisão. Dormi quando tive vontade. Fiz pouco de comentários idiotas e gente mesquinha. De homem sacana a minha ingenuidade esgotou. Desliguei o celular. Saí no carro gritando pela janela, escutando música no último volume. Estive em minha plenitude total. Alguns dias depois um velho amigo me acordou às seis da manhã. O toque do despertador gritava me avisando que as férias tinham acabado.


by Cereja

terça-feira, 13 de julho de 2010

Porra. Quando eu penso que não vou gostar de você, quando eu te acho um escroto, uma pessoa feia e nada daquilo que eu sempre quis e precisei, eu gosto de você. Começo a gostar. Não chega a ser aquele gostar que eu sentia por outras pessoas. E até sinto um alivio nisso. Não sei quem você é, nem sei do que você gosta, ou sua comida preferida. Não sei com que cara você acorda pela manhã e nem com quem costuma sair. Eu apenas sei essas poucas coisas perdidas que você me conta. Você tem um jeito bonito de sorrir e de ir embora. E tem um jeito simpático de me fazer rir com qualquer coisa que você diga. E no entanto eu nem te conheço. Te vejo de vez em nunca. Nem se quer ouço sua voz todos os dias. Mas eu sei como gostar disso. E nem sempre foi assim. Antes te achava um completo estranho habitando minha vida. Agora não mais. Agora te acho intimo de todas as coisas que eu tenho, intimo da minha vida, da minha intimidade. E eu nem queria isso. Nem queria criar esse vinculo estranho entre a gente. Você deveria ser apenas mais um na minha vida, apenas um conhecido que resolveu passar algum tempo comigo - um tempo bom mas apenas um tempo. Na verdade, eu é que não estava preparada pra te manter longe. Você tem um jeito bonito de ser comigo, é difícil não gostar. Você tem um jeito bonito de dizer que meu cheiro ficou em você, um jeito bonito de ser... você. Porra. Eu não deveria gostar de você, não deveria lembrar de você pelas músicas e pelas pessoas. Mas olha cara, não tem mais como te tirar dessa, desse buraco fundo que costuma ser minha vida. O jeito é você ficar por aqui, te guardei um espaço bonito, que nem o espaço que eu encontrei no seu abraço gostoso.

domingo, 4 de julho de 2010

Acabo de chegar em casa e ver tudo diferente. Ainda estou fechando os olhos e tentando encontrar a parte mais quente das suas costas. Ainda estou com este riso bobo na cara, matando a saudade de ter quinze anos e uma vida linda pela frente.
Pode ser mesmo que isso passe, pode ser que amanhã eu acorde e você tenha ido embora. Ainda assim, ainda que amanhã chegue para estragar tudo, poder chegar em casa e ver tudo diferente já são milhões de quilômetros rodados. Zilhões.
Você não sabe, nem sonha, mas você acaba de zerar minha vida. Minha vida era acordar todos os dias e sentir aquele gosto de merda na boca. Minha vida era vestir a armadura e relembrar com dor pela milésima vez todos os últimos podres de todas as pessoas podres que passaram ultimamente pela minha vida. Você acaba de zerar tudo. Com a parte mais quente das suas costas, com o seu medo de beijo na orelha e com o seu jeito de se desculpar por ser inconstante demais.
Este texto é pra te falar uma coisa boba. É pra te pedir que não tenha medo de mim. Sabe esses textos que eu publico aqui falando putaria? Sabe esses textos falando que eu sei disso e sei daquilo? Eu não sei de nada. Eu só queria ser salva das pedras, eu só queria aprender a pegar carona nas ondas. Eu só queria que isso que eu tô sentindo agora durasse mais de uma semana. Eu só queria poder chegar em casa e ver tudo diferente. Ver tudo bonito. Ver tudo como de fato é. E você salvou minha vida. O mundo está lindo. Não tenha medo de mim.
Eu só queria que esta minha vontade de perdoar o mundo durasse. Hoje eu não odiei os motoristas de ônibus, o clima quente, minha mãe, o guarda do cursinho, o motoqueiro que quase sempre me atropela, a rua sem sinal, a garota que fala alto, aquele cara que você sabe quem é. Hoje eu não odiei nada nem ninguém. Eu apenas fiquei lembrando, a cada segundo, de cada detalhe. E você salvou meu dia, minha semana. E salvar meu dia já são zilhões de quilômetros. Você é meu herói.
Não tenha medo deste texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer. Nem de eu ser assim e falar tudo na lata. Nem de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. Nem de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. Nem de eu ter ido dormir com dor na alma o fim de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. Nem desse meu agora ser do tamanho do mundo.
Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio. Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você dizendo que não importa quantos quilos eu engorde, porque quem me olha é você. Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que não se importasse com os quilinhos a mais. Talvez você pense que não merece este texto. Há quanto tempo mesmo você me conhece? Alguns meses? Mas você merece sim. Hoje, depois de muito tempo, eu acordei e não me olhei no espelho. Eu não precisei confirmar se eu era bonita. Eu acordei tendo certeza.
Não tenha medo. Eu sou só uma menina boba com medo da vida. Mas hoje eu não tenho medo de nada, eu apenas fecho os olhos e lembro de você, fazendo piada ruim às duas da madrugada, me lendo no escuro mesmo com dor de cabeça.
Eu posso sentir isso de novo. Que bom. Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje? As pazes com Los Hermanos, com a Estação e até com o sorvete de Alpino. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só uma menina que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo. Estrela, estrela, estrela.

domingo, 20 de junho de 2010

Pessoa errada.

Pensando bem, em tudo o que a gente vê, vivencia, ouve e pensa... não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas. Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.

Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar alguns dias sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.

A pessoa errada é, na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas. Essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível. Essa pessoa talvez te mago e depois te enche de mimos fazendo vocês esquecerem o que passou. E também vai estar o tempo todo pensando em você.

Todo mundo um dia tem que ter uma pessoa errada porque a vida não é certa. Nada aqui é certo. O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo. E só assim é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo", quando na verdade tudo o que ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem realmente a funcionar direito pra gente...
Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as
diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução.
(: Luiz Fernando Veríssimo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Cidade do Coração.


Meu coração é um sapo rajado, viscoso e cansado, à espera do beijo prometido capaz de transformá-lo em príncipe.




Meu coração é um álbum de retratos tão antigos que suas faces mal se adivinham. Roídas de traça, amareladas de tempo, faces desfeitas, imóveis, cristalizadas em poses rígidas para o fotógrafo invisível. Este apertava os olhos quando sorria. Aquela tinha um jeito peculiar de inclinar a cabeça. Eu viro as folhas, o pó resta nos dedos, o vento sopra.




Meu coração é um mendigo mais faminto da rua mais miserável.




Meu coração é um ideograma desenhado a tinta lavável em papel de seda onde caiu uma gota d’água. Olhado assim, de cima, pode ser Wu Wang, a Inocência. Mas tão manchado que talvez seja Ming I, o Obscurecimento da Luz. Ou qualquer um, ou qualquer outro: indecifrável.




Meu coração não tem forma, apenas som. Um noturno de Chopin (será o número 5?) em que Jim Morrison colocou uma letra falando em morte, desejo e desamparo, gravado por uma banda punk. Couro negro, prego e piano.




Meu coração é um bordel gótico em cujos quartos prostituem-se ninfetas decaídas, cafetões sensuais, deusas lésbicas, anões tarados, michês baratos, centauros gays e virgens loucas de todos os sexos.




Meu coração é um traço seco. Vertical, pós-moderno, coloridíssimo de neon, gravado em fundo preto. Puro artifício, definitivo.




Meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha à beira-mar. A brisa sopra, saiu a primeira estrela. Há moças na janela, rapazes pela praça, tules violetas sobre os montes onde o sol se pos. A lua cheia brotou do mar. Os apaixonados suspiram. E se apaixonam ainda mais.




Meu coração é um anjo de pedra de asa quebrada.




Meu coração é um bar de uma única mesa, debruçado sobre a qual um único bêbado bebe um único copo de bourbon, contemplado por um único garçom. Ao fundo, Tom Waits geme um único verso arranhado. Rouco, louco.




Meu coração é um sorvete colorido de todas as cores, é saboroso de todos os sabores. Quem dele provar, será feliz para sempre.




Meu coração é uma sala inglesa com paredes cobertas por papel de florzinhas miúdas. Lareira acesa, poltronas fundas, macias, quadros com gramados verdes e casas pacíficas cobertas de hera. Sobre a renda branca da toalha de mesa, o chá repousa em porcelana da China. No livro aberto ao lado, alguém sublinhou um verso de Sylvia Plath: "Im too pure for you or anyone". Não há ninguém nessa sala de janelas fechadas.




Meu coração é um filme noir projetado num cinema de quinta categoria. A platéia joga pipoca na tela e vaia a história cheia de clichês.




Meu coração é um deserto nuclear varrido por ventos radiativos.




Meu coração é um cálice de cristal puríssimo transbordante de licor de strega. Flambado, dourado. Pode-se ter visões, anunciações, pressentimentos, ver rostos e paisagens dançando nessa chama azul de ouro.




Meu coração é o laboratório de um cientista louco varrido, criando sem parar Frankensteins monstruosos que sempre acabam destruindo tudo.




Meu coração é uma planta carnívora morta de fome.




Meu coração é uma velha carpideira portuguesa, coberta de preto, cantando um fado lento e cheia de gemidos - ai de mim! ai, ai de mim!




Meu coração é um poço de mel, no centro de um jardim encantado, alimentando beija-flores que, depois de prová-lo, transformam-se magicamente em cavalos brancos alados que voam para longe, em direção à estrela Veja. Levam junto quem me ama, me levam junto também. Faquir involuntário, cascata de champanha, púrpura rosa do Cairo, sapato de sola furada, verso de Mário Quintana, vitrina vazia, navalha afiada, figo maduro, papel crepom, cão uivando pra lua, ruína, simulacro, varinha de incenso.




Acesa, aceso - vasto, vivo: meu coração é teu.




Caio Fernando de Abreu.