segunda-feira, 26 de julho de 2010


Passei um tempo de cabeça vazia. Dediquei algumas horas dos meus dias em branco para lembrar do que fiz. Ri muito, me arrependi muito, depois tive a certeza de que não deveria me arrepender. Faz pouco tempo que eu deixei me levar. Deixei um pouco de pensar no que eu deveria fazer ou em como deveria agir e me dei um tempo de dietas bobas, trabalhos gigantes e parece - me que a insônia me deu uma cordial trégua. Deixei-me fluir. Nos momentos em que me deixei fluir, usufruí de um enorme gozo sem a trabalhosa tarefa de tudo passar pela minha rígida censura. Fiquei de pijama o dia inteiro, dei férias ao meu rosto de uma pesada maquiagem antes de sair à noite, fui à padaria sem pentear o cabelo. Comecei um livro. Só comecei.Me embebedei em dia de semana. Dancei, dancei, dancei. Cantei de olhos fechados... me permiti estar sozinha em um bar cantando aos gritos enquanto os outros me olhavam. Paguei minha conta. Saí sem me despedir. Qualquer coisa a culpa não tinha sido minha. Almocei às duas. Jantei das três da tarde às dez da noite, chocolate, pizza e refrigerante. Ri incessantemente de uma comédia idiota na televisão. Dormi quando tive vontade. Fiz pouco de comentários idiotas e gente mesquinha. De homem sacana a minha ingenuidade esgotou. Desliguei o celular. Saí no carro gritando pela janela, escutando música no último volume. Estive em minha plenitude total. Alguns dias depois um velho amigo me acordou às seis da manhã. O toque do despertador gritava me avisando que as férias tinham acabado.


by Cereja

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